O Kantele tradicional é um instrumento finlandês de cordas dedilhadas do gênero das harpas e liras. A origem desses instrumentos é muito remota, tendo sido vastamente usado na antiguidade, e existindo similares espalhados por toda a região do Mar Báltico, Ásia Menor e também na China e Japão. O Kantele parece derivar dos saltérios, utilizados para acompanhar o canto dos Salmos.
Na Finlândia ele está presente no épico Kalevala, no qual o mago Väinämöinen constrói o primeiro kântele a partir do maxilar de um peixe gigante, utilizando crinas do mítico garanhão de Hiisi.
Porém o kântele pentatônico é um instrumento desenvolvido no âmbito Antroposófico e deriva de uma Lira “re”-criada em 1926 numa parceria do músico Edmund Pracht com o escultor Lothar Gärtner, sob supervisão de Rudolf Steiner.
O kântele pentatônico é usado em escolas Waldorf pela sua sonoridade especialmente “afinada” com o processo de “chegada” das crianças no mundo. Nos jardins de infância, ele aparece como fundo musical de histórias e como acompanhamento no canto das professoras, que os dedilham de forma delicada e quase angelical. Com crianças a partir de seis anos, ele é utilizado como um instrumento de iniciação musical.